O fundamento primordial

O fundamento primordial é a expressão simbólica de uma oração que expressa os paradoxos que conformam a realidade do Universo, cindido por razões naturais e principalmente, pela maldade humana, pois Sua Fonte está envolvida até os cabelos em seus fundamentos.

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Implicações entre causas e efeitos

De percepção quase espontânea na Natureza, as relações entre causa e efeito são observadas por qualquer pessoa, mas foram cuidadosamente elaboradas por ARISTÓTELES, que as distinguiu em quatro categorias: causa material, formal, eficiente e final. Posteriormente, SÃO TOMÁS DE AQUINO (sec XIII), utilizou-as em suas provas demonstrativas da existência de um Criador, como forma de explicação para a existência do Universo. Aqui, constatação sensível e conclusão lógica estão em consonância. Dessa forma, como se observa, sempre houve o entendimento da existência de uma reciprocidade concreta (ou às vezes aleatória) entre causa e efeito, estabelecendo uma relação ora determinística, ora criativa entre os dois. Neste caso estão distintas as relações sensíveis e as apenas criadas por nosso espírito.

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Sobre conhecimentos transcendentes

As pesquisas confirmam que há mistagogias reveladoras (aprendizados místicos), que procuram identificar a Divindade por tudo aquilo que ela possa significar, enfatizando que a sua percepção por nós deve se dar na atmosfera transparente de sua pluridimensionalidade, como um Deus transparente ou abscôndito, que se nos revela apenas indiretamente, na medida de Suas evidências gratificantes.

Santo Tomás de Aquino, que completou setecentos anos de sua canonização a 18 de Julho de 1323

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A textura substancial da alma

Desde a mais remota antiguidade, é crença popular de que nosso corpo é dual, constituído de matéria e algo mais subtil, uma alma que é a essência mais íntima de nosso ser. A filosofia grega, em seu apogeu, veio confirmar essa tradição, com SÓCRATES, PLATÃO e ARISTÓTELES, todos defensores de que somos possuidores de uma alma imortal, por suas características em nos permitir superar os determinismos de nosso corpo e por sermos possuidores de ideias abstratas, superando o tempo e o espaço. A procura do bem é o farol que ela deseja colimar.

Plotino, um dos principais filósofos do mundo antigo.

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O poder holográfico das palavras

Referir-se ao poder holográfico das palavras é relacioná-las à sua potencialidade  de criar novas dimensões, como ocorreu no fenômeno físico-quântico do raio de luz, na experiência clássica desenvolvida por DENNIS GABOR, em 1947. Pois que as palavras proferidas por nós possuem um poder transformador da realidade, isto é algo facilmente constatado por nós em nossa experiência corriqueira, ao abrirmos a boca para proferirmos elogios ou impropérios.

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A morte em perspectiva transcendente

O tema referente à morte em perspectiva transcendente implica em fazer uma distinção entre a cultura Oriental (budista) e a Ocidental (materialista), pois os budistas encaram a morte como um momento de libertação das amarras do corpo, enquanto os ocidentais a enxergam simplesmente como uma perda irreversível da vida. Para os primeiros a morte é a entrada de nossa alma nos arcanos do nada que é tudo, enquanto o Ocidente materialista, não cristão, a vê como um fato recorrente advindo de uma Natureza indiferente.

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O nada que é tudo

Dentro da semiótica da linguagem, importa aceitar o princípio lógico de que quanto mais um conceito é extenso, se aplicando a muitas coisas, menos ele se torna compreensível, por ausência específica de conteúdo. Como exemplo, o conceito mais extenso é o de SER, que se aplica a tudo, mas se torna muito próximo do nada ou do não ser (SARTRE), por não ter consigo um predicado específico que o identifique. Contudo, podemos alcançar o máximo de compreensão se nos referirmos apenas à individualidade dos conceitos, como a especificidade dos objetos e das pessoas. Em contraposição, para PARMÊNIDES de Eleia, o ser não pode não ser; é tudo, não havendo espaço para o nada.

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Pai Nosso místico e poético

Pai Nosso transcendente
Criador do Universo emergente
Vós sois também imanente
Em nosso Espírito Consciente

Acolhei nossos pedidos insistentes
Concedendo-nos as graças de que somos carentes
E tornai nosso coração ardente
De amor por toda a gente

Ao chegar Tu nos abraça
E no calor de Teu regaço
Sentimos quebrado em estilhaço
Nosso desânimo ou fracasso

Aporias entre criação e destruição

Os acontecimentos não são contraditórios. É o nosso espírito que, ávido de manter as identidades, verifica possíveis alterações no estado de cada coisa, constatando possíveis aporias, pois, sem dúvida, podemos verificar que no mundo das probabilidades impera a virtualidade de todos os aconteceres. A verificação das reciprocidades se opera, portanto, em nível abstrato. Ora, a constatação desse fato gerou a primeira divergência no mundo pré-socrático (sec V a.C), entre PARMÊNIDES de Eléia E HERÁCLITO de Éfeso, o primeiro defendendo a estabilidade ontológica de tudo o que é, enquanto o segundo propugnava que tudo muda (panta rhei).

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O Universo sob a graça feminina

Nossa Senhora da Conceição

Nossa cultura humana nasceu sob a forte influência masculina, em função da violência gerada pelas primitivas civilizações, que sempre exigiram dos homens o poder das armas para pacificá-los. Este predomínio está exaurido em seus propósitos, se considerarmos que as novas civilizações não permitirão mais a ocorrência de guerras e conflitos estando a necessitar de novos paradigmas de sustentação.

Podemos começar imaginando como seria diferente a cultura humana se vivesse sob a égide da predominância feminina. Seria como colocar o sentimento acima da razão, a meiguice em lugar da força, a beleza em lugar da geometria. Pois que o domínio dos homens sobre a política, a economia e a justiça não tem produzido os efeitos mais desejados pela civilização, gerando apenas guerras e conflitos sem solução, importa indagarmos como seria saudável esta mudança radical.

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