Os símbolos encontrados

Para Katherine Salomon, uma das principais personagens do último livro de DAN BROWN O Símbolo Perdido, está sendo criada uma ciência nova que investiga as relações do pensamento com as coisas e os acontecimentos, a noética, que será a coqueluche do Século XXI, por desvendar a importância dos símbolos como performadores de novas realidades, tão reais como quaisquer aparências do mundo físico.

Ora, tais constatações, de natureza virtual e concreta, só se tornam possíveis se abrirmos nossa mente para a compatibilidade que existe entre nossos pensamentos e o mundo físico da matéria, formados que são por um mesmo princípio, um impulso cósmico que está não apenas nas coisas, mas principalmente no interior de nossa inteligência, ao captar os sinais, os signos e as relações entre as coisas (os significados em geral).

Em verdade, não podemos nos esquecer que foi através dos signos da matemática e da lógica que foi possível penetrar nos segredos mais profundos do mundo material. As leis básicas que o regem, fruto do labor abstrato de mentes privilegiadas, como se sabe, são produtos da interação que há entre o pensamento e as coisas, entre a capacidade mental da qual o ser humano é dotado, em união simbiótica com os fenômenos que ele observa.

Por outro lado, é conquista da atual ciência da psicologia, o reconhecimento de que nossa capacidade simbólica tem tudo a ver com nossa saúde física, dadas as influências positivas ou negativas que o pensamento exerce sobre os diversos órgãos, influenciando ou inibindo seu funcionamento, gerando saúde ou doenças.

Em acréscimo, é sabido que nossas atividades culturais são todas geradas pelo simbolismo criado pelos nossos hábitos, dos quais nascem os mitos, as diversas crenças, o jogo de nosso destino, moldando concepções e teorias, na procura incansável pelo sentido das coisas. Dessa forma, fica claro que nossas ideias são o resultado de uma interação entre as coisas e seus significados, o labor de nossa inteligência espiritualizada.

Daí a importância dada hoje a uma verdadeira pedagogia que consiga incutir, desde cedo, na mente das crianças, aqueles estereótipos mentais que performarão suas personalidades, aqueles símbolos de valor que haverão de fazer daqueles seres em evolução, os novos cidadãos do futuro! Este é o verdadeiro programa pedagógico que todas as escolas deveriam perseguir, como tarefa mais importante de seu trabalho.

Os símbolos são, pois, as relações que estabelecemos entre diferentes coisas, como o significado daquela pequena pirâmide partida da nota americana de um dólar, tema principal do livro O Símbolo Perdido e que pretende resumir toda a ideologia que orientou os fundadores da notável nação americana, como Jorge Washington e Benjamin Franklin, entre outros.

E qual seria mesmo o principal símbolo perdido? Segundo o Autor, dentre os inúmeros símbolos transfigurados através da História, o mais importante, aquele que se refere a um Deus Criador, foi tragado pelo ateísmo reinante na modernidade, sem, contudo, ter deixado de continuar exercendo uma enorme atração em todas as indagações humanas. Por ser o símbolo promotor de todos os demais, Ele é a constatação evidente da proximidade de nosso pensamento com a realidade, o fundamento da nova ciência (a noética).