Os sete paradigmas transcendentais da consciência

Um dos maiores mistérios da Natureza é este relativo ao fenômeno da consciência (cfr. JOHN SEARLE, O mistério da consciência, SP, Ed Paz e Terra, 1997), que pode ser atribuído a todo o Universo, como faz AMIT GOSWAMI, (O Universo Autoconsciente, SP, editora Aleph, 2008). Em destaque, o fenômeno da consciência é considerável no ser humano, que convive com dimensões diferenciadas de percepção consciente, concretas ou abstratas, tornando-o testemunha de si mesmo e do próprio mundo transcendente.

O estudo da consciência envolve, pois, um processo de interiorização de nosso pensamento na direção dos paradigmas que encontramos ao analisar nossa mente, uma dádiva presente até no mundo da matéria, que sai do caos para se transformar em universo organizado!

Dessa forma, temos que distinguir duas fases diferenciadas na percepção da consciência, uma ligada à nossa sensibilidade espaço-temporal, a outra relativa às nossas características espirituais, abstratas. Assim, na primeira dimensão, temos a percepção primária das coisas, a sua diferenciação como seres individuais: isso nós obtemos fazendo uso da intuição e de nossos cinco sentidos. A segunda dimensão é a relação que podemos estabelecer entre os seres ou objetos, ambos ocupando um espaço diferenciado, mas contíguo.

A terceira dimensão é a percepção da unidade que podemos estabelecer entre diferentes seres, naquilo que eles possuem como identidade comum, defluente de suas condições como seres criados. Metaforicamente,  essas três dimensões iniciais de nossa consciência, por suas relações, guardam similitudes com as três dimensões físicas (comprimento, largura e altura, agora entendidos como sucessão temporal, amplitude e profundidade), ou com a Trindade Divina ( Pai, Filho e Espírito Santo, como origem de todo o processo criador).

As quatro últimas dimensões de nossa consciência referem-se àquelas categorias que permitam a caracterização específica de nosso espírito, imiscuído que está em suas condições corporais. Assim, a quarta dimensão de nossa consciência podemos chamá-la de criação, ou a capacidade que todos temos de inovar, fazendo surgir nossas conquistas como seres civilizados e tecnologicamente avançados.

A quinta dimensão de nossa consciência pode se chamar razão ou a capacidade humana de raciocinar com lógica e coerência, fazendo surgir os conceitos de verdade e demonstração. É esta dimensão que permitiu o surgimento da filosofia e da ciência, como condição para o progresso da civilização.

A sexta dimensão de nossa consciência pode se chamar sentimento, ou as reações emotivas de nossa sensibilidade, fazendo surgir o amor e o ódio, a ternura e a violência, como características que os humanos compartilham com os animais, agravando-os ou sublimando-os, segundo os sinais dos tempos que a sociedade nos impõe.

A sétima e última dimensão de nossa consciência refere-se a nosso sentido de liberdade, ou a capacidade de optar sempre pelo que consideramos o melhor, apesar de nossa relativa incerteza em determiná-lo com precisão. Assim, as opções pelo mal só podem se constituir como perversões explícitas do mau uso de nossa liberdade, o preço que temos de pagar por viver em conflito, com pessoas praticando as maiores loucuras!