Matéria, números, relações

A estrutura da matéria tem sido assunto de constante curiosidade e preocupações dos pesquisadores e a primeira comprovação experimental obtida nos laboratórios nos dá conta de que é alterando a quantidade de seus átomos que a Natureza dá origem às diversas substâncias que conhecemos. Este é um dado fundamental da química, pela primeira vez demonstrada por John Dalton (1766-1844).

Outro setor importante da ciência nos dá conta da relação que há entre o macrocosmo e os números, uma verdadeira matematização do Universo, como foi procedida de forma brilhante por Galileu, Kepler, Newton, Einstein e tantos outros. Contudo, a constatação recorrente tem sido a de que o Criador gosta de números irracionais, razões áureas, seqüências periódicas, números infinitos, relativismos de tempo e espaço, dando a entender que a razão humana não foi criada para explicar o mundo, mas apenas para utilizá-la nas atividades vitais do ser humano (Bergson).

Na verdade, descortina-se diante do mundo criado um palco de acontecimentos inusitados, verdadeiros códigos secretos que engendram pistas às quais a inteligência humana se debruça, no afã de conseguir uma explicação cabal, mas que de fato se encontra muito mais no campo dos mistérios e da fé do que propriamente no campo das ciências, que até hoje pouco conseguiram no caminho da elucidação da maioria dos fenômenos observados.

Dessa forma, descortina-se para nós uma perspectiva ampla de relações a serem estabelecidas, que podem indicar uma possível unidade ou laço de conexão entre aqueles aspectos aparentemente irracionais que vamos constatando. É assim que novas pesquisas têm procurado relacionar recentes descobertas físico-químicas com letras e palavras de antigas linguagens, como o hebraico e o árabe, detectando os seus significados, como também relacionando-as aos números que elas fazem referência (BRADEN, Gregg. O Código de Deus. SP, Ed Cultrix, 2006).

Assim, segundo a química, os três elementos considerados básicos utilizados no processo da criação de todas as coisas foram o fogo, a água e o ar, que na tradição bíblica correspondem respectivamente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Na física atômica correspondem ao próton, ao elétron e ao nêutron e no vocabulário hebraico às três letras-mães Alef (A), Men (M) e Shin (Sh), conforme a alquimia hebraica registrou:

“Ele fez a letra Alef reinar sobre o sopro
Ele fez Men reinar sobre a água
Ele fez Shin reinar sobre o fogo”

Ora, o ar é composto essencialmente de nitrogênio, a água de oxigênio e o fogo, de hidrogênio. Em seguida, na tabela periódica dos elementos químicos, o hidrogênio tem peso atômico 1, o oxigênio 6 e o nitrogênio 14 (14=1+4=5). Na correlação, o fogo é 1; o ar é 5 e o nitrogênio é 6, que somados perfazem 12 (massa atômica do carbono).

Por coincidência, no alfabeto hebraico, as três letras que Deus usou para criar o Universo foram Yod (1), Hey (5) e Vav (6), dos quais resulta o quarto elemento (12). Ora, este quarto elemento corresponde à Terra (Gimel) ou o elemento sólido, carbono, já que os três elementos anteriores são gases.

Completados os quatro elementos, podemos constatar que a estrutura do DNA que cria os seres vivos, através de seus genes, compõe-se de Y (hidrogênio,1), H (nitrogênio, 5) e V (oxigênio,6), que acrescidos do carbono (G), formam o conjunto YHVG, bastante próximo do nome indizível do Criador (YHVH). Ora, uma rápida observação nos indica a semelhança dos dois nomes, ou a constatação de que Deus está presente não só em todas as criaturas, mas principalmente em toda manifestação da vida animada.

Semelhantes, mas não iguais ao Criador, qualquer ser vivo carrega, como parte essencial de si, a semente de sua raiz divina, como expressou a escritura hebraica, constante no sepher yetzirah:

“Ele escolheu três letras…
Ele as dispôs no Seu grande nome..
Um grande segredo místico, oculto, exaltado,
Do qual emana Fogo, Sopro e Água,
Do qual tudo foi criado”

Assim, “Tudo o que é formado, e tudo o que é falado, é um só nome”. Ora, a conclusão final é não só aquela da unidade de todas as coisas, como principalmente a de que todos os seres humanos são iguais na sua origem:

“Como seres humanos com cinco dedos, recebemos nas
mãos a dádiva do pensamento e da vida. Como seres
humanos com cinco dedos, somos todos iguais”.