A apoteose de Maria

Quando a modernidade começou a pretender decretar a morte de Deus, eis que a presença da fé entre nós se reaviva através das aparições de Maria, aquela que vinha sendo venerada desde o início do cristianismo como a Senhora-Mãe de todos os crentes. Lourdes, Fátima, Guadalupe, são algumas das muitas revelações que Nossa Senhora tem promovido junto a seus fiéis, conclamando-os à oração e à conversão. Assim, a apoteose de Maria, em suas variadas manifestações, representa para nós um sinal vivo de que Deus quer que não percamos a fé em Sua Graça.

Ora, essas novas revelações na história da Igreja devem levar-nos a um propósito de considerar Maria, como mãe do Salvador, colocando-a no lugar adequado de distinção que, depois da Santíssima Trindade, torna-se a Divindade mais venerada no contexto de nossa fé.

LUCAS, 1,28: “Salve, abençoada, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres…”. E a resposta de Maria não poderia ter sido mais pronta e desprendida: “Faça-se em mim segunda a tua palavra”, e acrescenta, por inspiração do Espírito Santo:“Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque atentou à humildade de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada”.

Ora, não é apenas uma coincidência o fato de que o M de Maria seja formado por três triângulos, o que é uma indicação de sua essencialidade no processo complementar aos desígnios do Criador, ao acolher o milagre da encarnação. Assim, vemos Maria sendo invadida pela natureza íntima da Trindade, nos sugerindo que a integração perfeita das Três Pessoas passa pela realidade de Maria com Seu Filho Jesus, e, por conseqüência, corredentora de toda a criação, formando assim o quadro mágico de sustentação de toda nosso saber:

– os quatro pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste)
– os quatro elementos físicos: terra, água, ar e fogo
– as quatro estações: primavera, verão, outono e inverno
– as quatro características do Espírito: criação, razão, sentimento e liberdade
– as quatro fases da vida: infância, adolescência, maturidade e velhice
– os quatro gigantes da alma: temor, ira, amor e dever

É assim que a Natureza apenas reflete o que ocorre a partir da revelação das verdades fundamentais de nossa fé, nos inspirando completude e solidez, uma estabilização na perfeição, como uma Jerusalém Celeste, encontro do céu e da terra. É uma vivência de harmonia e efetivação dos propósitos mais profundos de tudo que foi criado, já agora revelado em toda sua plenitude, no projeto histórico de salvação por meio da mediação de Maria.

Platão considerava a figura do quadrado – e o círculo dele resultante – como sendo absolutamente belos em si mesmos e os hebreus faziam do tetragrama o nome- impronunciável de YHVH. Portanto, o número quatro é, de certo modo, o número da Perfeição Divina, o símbolo do Universo coroado pela graça de Maria.